domingo, 16 de junho de 2019

Testemunho

Parte da minha infância foi numa igreja batista tradicional. Na adolescência desci às águas batismais na mesma grei. Entretanto, alguns amigos do colégio me convidavam quando tinha programações especiais nas suas igrejas. De certa maneira passei a conhecer as igrejas pentecostais e, algumas poucas, neo pentecostais.
Lembro-me dos meus amigos questionando acerca do batismo no Espírito Santo. Afinal, na igreja da qual fazia parte não se falava em línguas tampouco se buscava a chamada ‘segunda benção’. Naquela época respondia-os que o dom de línguas eram idiomas humanos e que o batismo espiritual dava-se na conversão. Apesar de ser leitor da Bíblia as minhas respostas eram, na verdade, entendimento de outros cristãos tradicionais.
Foi na juventude que comecei a questionar de fato a respeito do dom de línguas e batismo no Espírito Santo. Isso se deu no período mais difícil de minha vida, que evito expô-lo, mas onde tive apoio irrestrito de irmãos pentecostais. Embora, os irmãos tradicionais estivessem dando-me suporte também. Nessa época participei de múltiplas reuniões de cunho pentecostal. Devore, inclusive, os livros desse segmento.
Numa noite, em meio à crise (a qual eu me reservo) participei duma vigília onde as pessoas objetivavam serem batizadas no Espírito Santo. Deus sabia perfeitamente do meu momento tênue, de igual modo de minha sinceridade e o desejo de fazer tão somente a vontade dele. Naquela reunião entreguei-me de corpo e alma. Assim como os demais irmãos, presentes, buscamos o ‘revestimento de poder’, afinal de contas, sendo proveniente do Espírito jamais desprezaríamos tal benção. Não obstante a sinceridade e o anseio de todos, assim como a abertura de coração, etc e tal, só uns poucos emitiram sons ininteligíveis, os quais foram declarados como ‘batizados no Espírito’.
A partir daí eu é que comecei a indagar: Se o batismo espiritual é para todos porque nem todos são imersos no Espírito? Por que não fala em línguas os que buscam de todo o coração o revestimento de poder? Essas perguntas eram sinceras; não de coração ou de mente incrédula. Desejei no íntimo saber a verdade. Estaria a verdade de que lado? Do lado tradicional ou pentecostal? Ou, de repente ambos estariam errados? Independente da resposta divina até então iniciara em minha vida a busca pela verdade e, nada mais do que a verdade. Do mesmo modo que fui incentivado a inquirir a respeito das doutrinas esposadas pelos tradicionais, embora ainda fosse um, passei a adotar o mesmo critério no que tange as doutrinas defendidas pelos pentecostais. Definido ficou que buscaria a verdade na própria Palavra de Deus. A Bíblia seria então aferidora! Foi nesse tempo que anelei do fundo de minha alma aprender o grego koinê a fim de verificar os manuscritos originais. Isso se deu nove anos depois no seminário teológico.
Como foi que Deus me respondeu? Bem, orei com todo o meu ser a Deus. Supliquei direção, sobretudo, iluminação do Espírito Santo. A resposta divina veio de maneira natural, porém, resultado de algo sobrenatural. Certo domingo pela manhã eu liguei o rádio. Sintonizei numa emissora de programação evangélica. O reverendo Guilhermino Cunha da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro pregou justamente em Atos 2. Versou sobre o batismo no Espírito Santo e as línguas faladas naquele evento. Entendi aquilo como resposta de Deus. Alguns poderiam falar que foi coincidência, porém, sei de maneira que não consigo explicar que Deus falou justamente comigo. A voz divina foi inconfundível. Após, recebi material evangélico de uma educadora cristã doutra região do estado do Rio de Janeiro que vinha ao encontro ao meu anseio. Com as revistas trimestrais em mãos realizava as leituras e estudos bíblicos. E, cada vez mais o Senhor falava ao meu coração através da Bíblia.
Como disse estava disposto em saber a verdade. E, tinha que me apegar a algo realmente seguro, por isso, detive-me na Bíblia. Percebi que não podia pautar-me na experiência religiosa minha, muito menos de outrem. A partir daí todo e qualquer assunto seja teológico ou não, eu busco orientação segura na Palavra de Deus. Posso garantir o apreço que tenho pela Bíblia, assim como admiração até hoje, mesmo passada duas décadas.
Eu, Gustavo Luiz, disse a verdade – não menti em nenhum momento. Deus é minha testemunha.

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