quarta-feira, 12 de junho de 2019

Poder do alto/revestimento de poder


Estava trabalhando. Uma amiga, membro doutra denominação, fez-me pergunta acerca do revestimento de poder. Não me recordo o que lhe disse, porém, ela acrescentou: Você já leu o livro de Atos dos Apóstolos? Ora, em sua ingenuidade pensava que eu desconhecia a obra, visto que, não propagava o chamado ‘batismo com o Espírito Santo’. A amizade continuou numa boa, sem crise, naquela ocasião já estava ‘calejado’.
De fato está registrado em Atos 1.8 que os discípulos receberiam o poder do alto, para tanto precisariam permanecer em Jerusalém (Cf. Lucas 24.49). Eles assim fizeram. E, no dia de Pentecostes foram tanto batizados no Espírito quanto cheios do cheios do Espírito Santo. Embora sejam coisas distintas, aconteceu simultaneamente. Julgo necessário deixar claro que uma coisa é o batismo no Espírito, outra é a plenitude do Espírito. O batismo espiritual ocorre uma única vez; já a plenitude ou o enchimento do Espírito pode ser repetido.
O texto de Atos 2.4 assevera que os discípulos ‘foram cheios do Espírito Santo’. Sendo que Jesus havia dito anteriormente que também seriam batizados no Espírito (Atos 1.5,8).  Não podemos confundir achando que batismo no Espírito é o mesmo que ser cheio do Espírito, pois os apóstolos foram cheios do Espírito outra vez (Cf. Atos 4.31). Ademais, o próprio apóstolo Paulo diz para enchermos do Espírito (Efésios 5.18). Neste caso há imperativo, não é algo opcional. Guarde isso em mente e coração.
Os discípulos eram judeus convertidos, porém, até então estavam na antiga aliança. O Espírito Santo ainda não tinha sido dado para habitar de uma vez para sempre, e, sobretudo substituir a presença física de Jesus (João 14.16). Era necessário que Jesus ascendesse aos céus para o Espírito Santo ser dado após a glorificação (João 7.39). Então, no dia de Pentecostes o Espírito foi derramado em cumprimento profético (Cf. Joel 2. 28,29). Aconteceu a ‘democratização do Espírito’, visto que, no Antigo Testamento o Espírito habitava somente em classe especiais de pessoas. No entanto, naquele dia todos os 120 discípulos foram imersos no Espírito e ao mesmo tempo cheios do mesmo Espírito. Algo digno de nota, apesar de acatarem a ordem de Jesus em permanecer na cidade, eles não buscou o revestimento de poder. Isto porque a obra realizada neles foi unilateral. Não contou com a participação e/ou colaboração humana.
Esse período de transição precisa ser considerado. Eles estavam na antiga aliança! E, houve então a inauguração da nova aliança. Essa situação histórica quando ignorada causa danos à obra de Deus, cria castas espirituais: uns são tidos como batizados no Espírito, outros não. Alguns são crentes ‘especiais’, de primeira categoria; enquanto outros são tidos como crentes de segunda categoria. Ainda que os líderes religiosos hodiernos não confessem é assim que acontece. Conheço muitos crentes frustrados, tristes, e sem poder ocupar posição de liderança (mesmo tendo vida moral ilibada) porque não emitiu algumas palavras ininteligíveis, já que estas são evidências do chamado batismo com o Espírito Santo.
Após o derramamento do Espírito Pedro pregou um sermão para uma multidão. Como já estava na nova aliança o apóstolo Pedro disse o seguinte: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa” (Atos 2.38-40). Note bem que não precisaram buscar o batismo espiritual. E, observa-se que o batismo no Espírito é equivalente ao dom do Espírito Santo!
Quase três mil pessoas foram batizadas [em águas] demonstrando aceitação ao senhorio de Cristo mediante arrependimento e fé (Atos 2.41). Vale a pena o leitor conferir os versos seguintes (42-47).
O padrão para nós hoje em dia não é o Pentecostes. Aqueles homens e mulheres eram judeus, salvos, dentro de situação histórica específica. Não precisamos esperar sequer buscar o batismo espiritual, tampouco ir a Jerusalém e aguardar o Espírito Santo da promessa. Este já veio! Os efeitos daquele dia de Pentecostes é uma realidade em nossa vida. Se de fato confessamos a Jesus como Senhor e Salvador tornamos habitação do Espírito Santo. Já recebemos o dom do Espírito que consiste no próprio Espírito que nos foi dado!  Isto se dá no começo da nossa vida cristã, visto que, vigora a nova aliança. Sugiro a leitura de Efésios 1.13-14 para ampliar a conhecimento e conhecimento da temática (Queira ler, por favor).
No entanto, já que nós cristãos somos batizados no Espírito no ato de conversão (Cf. I Coríntios 12.13). Devemos sim, buscar a plenitude do Espírito! Afinal essa é a orientação paulina. Detalhe: inexiste orientação apostólica para a busca do batismo no Espírito; não tem um versículo sequer. Qual a razão disto: Porque o batismo espiritual é ação inicial. O vocábulo ‘batizar’ indica a primeira experiência.
Antes de terminar saliento que nos textos bíblicos que não foram tratados aqui, que são explorados por grupos diversos, tais como Atos 10 e 19. Não prova que se deve buscar o batismo no Espírito. Ao contrário, mostra justamente o que fora afirmado anteriormente que a obra é unilateral. Não teve participação humana. Nenhum expediente utilizado na contemporaneidade a fim de obter o batismo espiritual consta nos registros bíblicos. Além do que todos recebem o dom do Espírito.
O Espírito que habita em nós concede poder espiritual para o serviço cristão, jamais para envaidecimento e exibicionismo. Pense nisto. Deus lhe abençoe ricamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário