Tenho em mente o capítulo 2 de Atos dos Apóstolos. Este é
bastante difundido e, vejo que é também mal compreendido por muitos. O evento no dia de Pentecostes não visa estabelecer padrão para os cristãos contemporâneos. Isto porque os
discípulos, judeus, faziam parte de um período de transição. Ademais, é
um evento histórico, portanto, irrepetível. Foi cumprimento da profecia de Joel
2. Este fato não pode ser jamais ignorado.
No dia de Pentecostes houve a ‘democratização’ do Espírito
Santo. Este veio sobre toda carne! Algo bem diferente em relação ao período do
Antigo Testamento, incluso o de transição referido acima. Teve fenômenos audíveis
e visíveis. Todavia, o feito maior foi à vinda de uma vez por todas, para
sempre, do Espírito Santo nos discípulos de Jesus.
Após a pregação no dia de Pentecostes, as pessoas perguntaram
a Pedro e aos demais apóstolos: “Que faremos varões irmãos?” (At 2.37). Diante
disto: “Pedro respondeu: Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em
nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do
Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos
os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar” (At
2.38,39). Os judeus arrependidos naquele dia receberam o Espírito Santo nos
moldes da nova aliança já em vigor, que sem dúvida foi a primeira experiência
com o Espírito ao invés de uma segunda benção. Alguns estudiosos entendem que o
padrão estabelecido está nesses quase três mil convertidos.
Dito isso, é interessante atentar para algumas coisas.
Alguns na contemporaneidade evocam o trecho de Atos 2 para estabelecer uma
doutrina denominada de ‘segunda benção’. Sendo que carece de respaldo
escriturístico. Os discípulos de Jesus eram salvos antes do Pentecostes, porém,
deve ser reconhecida essa condição transitória. O Espírito Santo viria de uma
vez para a sempre após a glorificação de Jesus, que compreende a ressurreição e
ascensão. Além do mais, o expediente adotado na atualidade para receber o ‘batismo
com o Espírito Santo’ inexiste não apenas nesse capítulo, mas em todo o Novo
Testamento. Por uma razão óbvia: o batismo espiritual é ação unilateral da
parte divina; não depende da participação e/ou colaboração humana.
Diante do exposto, que fique bem claro que os discípulos até
o Pentecostes estavam nos moldes da antiga aliança (At 2.1-13). Tomar a
experiência deles como modelo é temerária. Parece-me que os quase três mil
convertidos após a pregação de Pedro pode ser uma regra, visto que, já estavam
na nova aliança assim como nos encontramos. Agora, caso não aceite essa posição será obrigado a estabelecer um modelo, nesse caso não terá como fugir, como
gentio que é deverá respaldar-se no evento ocorrido na casa de Cornélio (Atos
10). Fica patente ali que o batismo espiritual aconteceu na conversão, não
subsequentemente.
PS: Na próxima postagem mostrarei as diferenças gritantes do
evento genuinamente pentecostal, de acordo com Atos 2.1-13, com o que se
pretende na atualidade. Visa-se somente a busca da verdade escriturística, nada
mais do que isso. Por esse motivo é de bom alvitre o leitor ter um exemplar
bíblico em mãos para ir acompanhando.
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