sábado, 8 de junho de 2019

Atos 2 (Parte I)

  Tenho em mente o capítulo 2 de Atos dos Apóstolos. Este é bastante difundido e, vejo que é também mal compreendido por muitos. O evento no dia de Pentecostes não visa estabelecer padrão para os cristãos contemporâneos. Isto porque os discípulos, judeus, faziam parte de um período de transição. Ademais, é um evento histórico, portanto, irrepetível. Foi cumprimento da profecia de Joel 2. Este fato não pode ser jamais ignorado.
  No dia de Pentecostes houve a ‘democratização’ do Espírito Santo. Este veio sobre toda carne! Algo bem diferente em relação ao período do Antigo Testamento, incluso o de transição referido acima. Teve fenômenos audíveis e visíveis. Todavia, o feito maior foi à vinda de uma vez por todas, para sempre, do Espírito Santo nos discípulos de Jesus.
  Após a pregação no dia de Pentecostes, as pessoas perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: “Que faremos varões irmãos?” (At 2.37). Diante disto: “Pedro respondeu: Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar” (At 2.38,39). Os judeus arrependidos naquele dia receberam o Espírito Santo nos moldes da nova aliança já em vigor, que sem dúvida foi a primeira experiência com o Espírito ao invés de uma segunda benção. Alguns estudiosos entendem que o padrão estabelecido está nesses quase três mil convertidos.
  Dito isso, é interessante atentar para algumas coisas. Alguns na contemporaneidade evocam o trecho de Atos 2 para estabelecer uma doutrina denominada de ‘segunda benção’. Sendo que carece de respaldo escriturístico. Os discípulos de Jesus eram salvos antes do Pentecostes, porém, deve ser reconhecida essa condição transitória. O Espírito Santo viria de uma vez para a sempre após a glorificação de Jesus, que compreende a ressurreição e ascensão. Além do mais, o expediente adotado na atualidade para receber o ‘batismo com o Espírito Santo’ inexiste não apenas nesse capítulo, mas em todo o Novo Testamento. Por uma razão óbvia: o batismo espiritual é ação unilateral da parte divina; não depende da participação e/ou colaboração humana.
  Diante do exposto, que fique bem claro que os discípulos até o Pentecostes estavam nos moldes da antiga aliança (At 2.1-13). Tomar a experiência deles como modelo é temerária. Parece-me que os quase três mil convertidos após a pregação de Pedro pode ser uma regra, visto que, já estavam na nova aliança assim como nos encontramos. Agora, caso não aceite essa posição será obrigado a estabelecer um modelo, nesse caso não terá como fugir, como gentio que é deverá respaldar-se no evento ocorrido na casa de Cornélio (Atos 10). Fica patente ali que o batismo espiritual aconteceu na conversão, não subsequentemente.

PS: Na próxima postagem mostrarei as diferenças gritantes do evento genuinamente pentecostal, de acordo com Atos 2.1-13, com o que se pretende na atualidade. Visa-se somente a busca da verdade escriturística, nada mais do que isso. Por esse motivo é de bom alvitre o leitor ter um exemplar bíblico em mãos para ir acompanhando.  

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