Muito se tem dito acerca da pessoa do Espírito Santo, porém,
isso não me deixa acanhado até por que sou cristão denominado batista tradicional
cujo próprio Espírito habita em mim, e me guia em toda a verdade. Esta não se
encontra fora da Escritura, mas especificamente nela.
Acredito piamente que vida cristã é vida no Espírito.
Este, que trabalhou tanto no convencimento do pecado, da justiça e do juízo quanto
na santificação que ainda opera em minha vida. A presença real da terceira
pessoa da Trindade é mais do que confortadora é autenticadora da obra divina em
mim.
Dito isso, conforme mencionei sou cristão antes de tudo.
Entretanto, estou atrelado ao arraial tradicional. A minha denominação é histórica.
O grupo chamado batista surgiu em 1609 na Holanda. Pois bem, no Brasil
sou visto por alguns, como se não fosse batizado no Espírito Santo pelo fato de
não ter emitido uns sons ininteligíveis. Julgo necessário esclarecer que tenho
amigos e irmãos em Cristo no movimento pentecostal. Frequentei esse meio por
décadas, e ainda tenho parentes ligados a ele. Conheço suas doutrinas e práticas,
inclusive, os seus bastidores. Contudo, a ‘experiência pentecostal’ não a tive,
nem ao menos a busco pelas razões que serão apresentadas.
Desde a adolescência que irmãos em Cristo de outras
denominações indagam-me do fato de não falar em línguas tampouco buscar o
batismo no Espírito Santo. Ora, deixo claro que os tradicionais não são
incrédulos. Creem sim, no batismo espiritual e no autêntico dom de línguas.
Acontece que embora o movimento pentecostal seja hercúleo no Brasil e mundo,
surgiu por volta de 1900. Quando eu comparo com os mais de dois mil anos de
Cristianismo digo que é um movimento ‘recente’. Espero compreensão disto por
parte dos leitores. Então, quando este movimento começou o grupo do qual faço
parte já existia há pelo menos três séculos! Logo, foram os pentecostais que
introduziram ensinos ‘novos’.
Tendo isso em mente, prossigo, os tradicionais acreditam
piamente que o batismo espiritual ocorre no ato de conversão. É obra iniciatória
do Espírito no crente em Jesus. Nesse caso todos são batizados no Espírito! Inexiste
a ideia de que uns são ‘revestidos de poder’ e outros não. Todos em nosso entendimento
possuem, melhor dizendo são, possuídos pelo Espírito Santo que, por sua vez, conferem
poder espiritual.
Em relação às línguas não a vemos como evidência do batismo no
Espírito. Ademais, se elas constituíssem algum sinal seriam na forma de idiomas
humanos conforme se deu no Pentecostes (Cf. Atos 2.4,6,8,11). Em Atos dos
Apóstolos são descritos apenas três fenômenos de línguas, ainda assim num período
que compreende duas décadas. A partir do Pentecostes o segundo caso ocorreu cerca
de sete ou oito anos depois; já o terceiro
último deu-se aproximadamente vinte e anos após o evento pentecostal.
Outra coisa curiosa é que não há mandamento em o Novo
Testamento para buscar o batismo no Espírito. O ensino da chamada ‘segunda
benção’ começou no início do século 20. Quanto à evidência do batismo
espiritual há divergência entre os chamados pentecostais, carismáticos e
neopentecostais. É bom que se diga que teve uns grupos antes do movimento que
chegaram a buscar o dom de línguas, mas desejavam na forma de idiomas humanos a
fim de utilizá-los na obra missionária. Todavia, não tiveram êxito.
Ratifico que sou batizado sim, no Espírito Santo. E, se deu
no começo da vida cristã. Essa é a minha experiência respaldada pela própria Escritura.
Entretanto, depois dessa ‘benção’ inicial tive outras inúmeras bênçãos com ou
no Espírito. É bom que se diga que a Bíblia mostra que devemos ser cheios do
Espírito (Cf. Ef 5.18 b). E, quanto à plenitude do Espírito, essa sim, eu almejo
e procuro, pois é orientação paulina.
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