Tem assunto que é tênue. O que
vou tratar aqui é um deles. Começo com certo pesar. Infelizmente a nossa língua
portuguesa não é valorizada. É dada pouca importância pra ela, pasme, pelos próprios
patrícios! Os brasileiros a maltratam enormemente e, não se dão conta de como
isso é danoso para uma nação. Falar bem e corretamente seria um dever cívico de
todos em solo pátrio; o desmazelo é desatino.
Existe pesquisa no Brasil acerca
de analfabetos funcionais. Estes são pessoas que fazem leitura, porém, não
sabem ler. Leem os textos, por exemplo, mas não conseguem entendê-los. Não
conseguem interpretá-los adequadamente! Até entre os que fizeram ensino
superior o índice de analfabetismo funcional é alarmante.
Faço parte de um segmento
religioso denominado evangélico. A despeito de preconceito ou discriminação em
relação a este, sabe-se perfeitamente que o analfabetismo funcional grassa também
nesse arraial. Lamentavelmente a língua portuguesa sofre terrivelmente, é
atropelada corriqueiramente. Por isso, a má compreensão escriturística não me assusta
mais, ao contrário é até amparada pelo déficit linguístico. Não estou afirmando
que escrever e/ou falar errado é pecado. Não assevero isso. Sendo que, às vezes,
parece que tem que pedir licença para falar/escrever corretamente afim de não
deixar outros constrangidos. Chegou-se a um ponto, isso acontecem nos demais
segmentos da sociedade, que falar/escrever errado é absorvido numa boa como se
fosse ‘normal’, embora seja comum, frequente. Enquanto, falar/escrever acertadamente
é visto como pura ostentação.
Faço uma pausa. Tive o
privilégio de imergir uns no universo das letras. Alfabetizei adultos, dei
aulas de reforço tanto para maior de idade quanto para adolescentes. Fui
inclusive ‘amigo da escola’! Apoio esse quesito educacional e, não deixo de
fora em hipótese alguma a nossa língua materna. Acho que cada cidadão devia
fazer a sua parte no que tange a língua nativa. Isto com responsabilidade e
patriotismo também.
Toco nessa temática porque no
meio evangélico a Bíblia é mal compreendida por muitos, distorcida por outros
e, isso em grande parte por causa da deficiência linguística. É inegável que
parcela considerável no segmento não a lê adequadamente devido a questão
apontada. Então, cabe a cada líder religioso expressar da melhor maneira
possível em respeito à própria congregação, sobretudo, amor à língua portuguesa.
Dessa maneira o exemplo viria de cima, isto é, do púlpito. E, penso que muita
gente ia ter o conhecimento ampliado, o vocabulário aumentado e melhorado. E,
quem sabe sentindo-se incentivado e motivado, de fato, a se esmerar em nossa
língua vernácula.
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