domingo, 15 de março de 2020

Questiúncula

Li algures que o termo ‘lógos’ aparece mais de trezentas vezes no Novo Testamento. Ainda assim, alguns acham que o vocábulo é uma raridade! Dentre esses, uns estufam o peito, referem-se como se fosse utilizado apenas uma vez: João 1.1. Aqui está o Lógos de Deus - dizem. E, como desconhecem a língua grega, conseguinte o Novo Testamento na língua original não percebe que a palavra em questão aparece muitas vezes com significados diferentes.
No verso supracitado ‘lógos’ é traduzido como Verbo. Então, assevera que Jesus era o Verbo e, sobretudo era Deus. Sem dúvida alguma a divindade de Jesus está explícita nesse versículo.
De fato no texto grego o termo lógos está na forma minúscula. Sendo que o versículo diz que no princípio estava com Deus e, era Deus. Pelo contexto verifica-se que o lógos fez todas as coisas, enfim, trata-se de um Ente Criador. Fica patente que Jesus é esse lógos.
Diante desse entendimento, a tradução pode sim, colocar em letra maiúscula (Verbo). Afinal, toda tradução é uma interpretação. Todavia, quando lemos o Novo Testamento vemos outros significados para o mesmo termo. Daí a necessidade de interpretação criteriosa para tradução plausível.

* Sabe-se que originalmente o texto sacro era todo em letra maiúscula, sem separação de palavra, acentuação e pontuação também. 

sábado, 14 de março de 2020

Leitura + aplicação (?)

Aos dezenove anos de idade tornei-me pregador da Bíblia. Devorava a Bíblia. Bastantes livros evangélicos eram compulsados. Além disto, acompanhava pregações radiofônicas. 
Pregava com paixão.  Tinha apreço enorme pelas Escrituras. Fazia parte de grupo evangelístico interdenominacional, inclusive. Pois bem, tinha o hábito de ler a Bíblia e aplicá-la imediatamente a vida das pessoas. Alguém poderá dizer que isso é bom, porém, deixa-me explicar. Consistia no seguinte: leitura + aplicação. Isto na verdade é perigosíssimo. Agir desse modo desconsidera um monte de coisa. Não posso tratar de tudo aqui. Sendo que posso mencionar, por exemplo, que é imperiosa a interpretação. Esta deve vir antes da aplicação. Sem interpretação a aplicação não será plausível.
Penso que o ideal é fazer a leitura, interpretar o texto bíblico, só depois disto fazer a devida aplicação! Seria então: leitura + interpretação + aplicação! Estou referindo, grosso modo, pois entendo que junto da interpretação seja necessária a exegese. 
Entretanto, saliento a necessidade de ter interpretação sadia e criteriosa. Portanto, não basta ler e aplicar logo o texto sacro à vida alheia ou a sua própria. Pense nisto.

Dicas singelas que faz enorme diferença!

Tenho noção da Bíblia como todo. Dito de outra maneira eu tenho conhecimento geral das Escrituras. Isso não significa que sei de todos os pormenores. Não coloque palavras em minha boca, por favor.
No tocante as línguas originais também eu tenho noção delas. O hebraico não me é desconhecido tampouco o grego bíblico. Isso não significa que sou especialista nas línguas antigas, porém, faço leitura, estudo de vocábulo, etc e tal. Consigo instrumentalizá-las.
Então, quando ouço alguma coisa que realmente não bate com a Bíblia entro logo em alerta. Posso na hora não saber exatamente o que o trecho evocado diz, mas sei quando não coaduna com o ensino geral das Escrituras.
Por isso, quero encorajar a ler a Bíblia inteira, várias vezes, sem pressa. Não se prenda a ler a Bíblia em um ano (o que é salutar). Pode ser que leia em um ano e meio! O importante é que leia com atenção. Leia na íntegra. A essa altura alguém poderá dizer que deseja lê-la em seis meses, tudo bem, faça a leitura de maneira cuidadosa.
E, preferencialmente cada vez que ler faça numa versão diferente. As versões são bênçãos para as nossas vidas, visam nos auxiliar na compreensão das Escrituras. Não desperdice as versões em língua vernácula, aproveite-as. Leia-as.
Deus lhe abençoe. Que Ele ilumine a sua mente para a compreensão da mensagem bíblica.  

quinta-feira, 12 de março de 2020

Quem avisa...

Mencionei a necessidade de se adotar método de interpretação. A falta de adoção de método hermenêutico é o causador do balaio de gato na contemporaneidade. O emaranhado teológico hodierno comprova a obrigatoriedade disto. Então, é salutar usar princípios de interpretação bíblica.
Eu, por exemplo, uso frequentemente o chamado método histórico- gramatical. Contudo, vez ou outra, faço utilização do método histórico-crítico e também do histórico-social. Enfim, busco flexibilidade de acordo com o teor escriturístico (isto é assunto pra outra postagem).
Evito duas coisas: esquivo-me da alegorização do texto bíblico. E, furto-me da tendência de ler o trecho sacro, imediatamente aplicá-lo, sem a devida interpretação.
O importante a altura do campeonato  é conscientizar cada crente [em Jesus] a tornar-se responsável. O livre exame das Escrituras não dá o direito de interpretá-la segundo o próprio capricho. Fica aí o alerta. Quem avisa amigo é.

Necessário vos é... um método hermenêutico

Em postagem anterior disse que ia abordar sobre interpretação. Promessa é dívida. Sendo que não aprofundarei na temática, porém, desejo encorajar o ledor a utilizar método hermenêutico.
Alguns irmãos em Cristo, sinceros, alegam que não é necessário ter noção de hermenêutica (relativo à arte de interpretar). Contudo, ‘interpretam’ a Bíblia a seu bel prazer. Tal comportamento, sem dúvida, é inaceitável.
A Bíblia é um documento religioso. Precisa ser entendido, não se pode dar sentido múltiplo ao texto sacro. Por isso, requer um método de interpretação. Isto é de bom alvitre – acredite em mim.
Então, ao decidir pelo [melhor] método hermenêutico deverá seguir os ditames a fim de extrair do texto bíblico a mensagem da parte de Deus. Vale lembrar que devemos ser criteriosos e responsáveis no que tange a interpretação. É questão de honra para os cristãos, afinal a Bíblia é a única regra de fé e conduta destes.

* Incentivo-os a pesquisarem sobre os métodos de interpretação, e adotar aquele que se adequem as suas vidas.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém

Nesses dias uma crente piedosa referiu-se ao evento acerca de Elias. Disse ela: Elias subiu numa carruagem de fogo!  Olhei para ela, pensei bem, resolvi calar-me. Não tratou de omissão. É que tinha pessoas ao redor, não queria ‘constrangê-la’. 
No meio evangélico, o qual estou inserido há mais de três décadas, ouço vez ou outra afirmações que não coadunam com a Bíblia. Por que isso acontece? 
Algumas pessoas saem repetindo aquilo que ouviu, como se fosse verdade, sem ao menos certificar sua veracidade. Nesse caso específico, se as pessoas fossem para a Bíblia veriam que o profeta do Antigo Testamento foi elevado aos céus num redemoinho. Contudo, bastantes pessoas não consultam a Palavra de Deus.
Outra razão, é que alguns não prestam atenção à leitura bíblica. Leem a Bíblia de qualquer maneira, geralmente, de forma apressada. Não fazem leitura cuidadosa. Ainda nesse exemplo, no texto sacro realmente menciona a carruagem de fogo, porém, diz que serviu apenas para separar. Todavia, duas vezes - de modo cristalino – assevera que Elias subiu no redemoinho (Vs 1,11).
Por isso, sugiro ao dileto ledor que não saia por aí repetindo as coisas, feito papagaio, porém, vá a ‘fonte’. Além disto, leia a Bíblia com calma, se possível – medite. Leitura e meditação são coisas distintas, que podem andar juntas. Lembre-se de atentar para o texto inteiro, atenção dobrada no contexto, e não se esqueça de interpretar a Bíblia corretamente. Sobre interpretação falarei na postagem seguinte.
Deus lhe abençoe.

Em tempo: O texto bíblico em questão é 2 Reis 2.1-11.