quinta-feira, 30 de maio de 2019

Sugestões Homiléticas (IV)

A Biblioteca do Pregador

Após tecer, de maneira sucinta, o que é homilética e subtender o quanto é significativa para a nossa geração de pregadores julgo importante incluir esse tópico. Apresentarei no escopo as razões.

Tive um professor que vez ou outra recitava: “Você vale pelo que diz, diz pelo que pensa, pensa pelo que lê”. Sugiro que você, prezado ledor, medite um pouco sobre a frase. Uma dose reflexiva nunca vez mal a ninguém.

Como ministro da Palavra uso bastante as palavras. Sei muito bem que sem elas não posso desenvolver o pensamento concatenado, tampouco a relacionamento social, até mesmo a relação com o Eterno. O pensamento além de manifestar em palavras é o eixo delas por qual existe. Tudo que falamos é resultado no nosso pensamento. Utilizando a sentença supracitada nos falamos pelo que pensamos. E, pensamos pelo que lemos. Chego agora ao âmago da questão: o que temos lido?

A biblioteca é fundamental para o pregador, ainda mais por ter o Livro dos livros como referencial. A Bíblia deve estar presente na prateleira assim como na cabeceira da cama de cada crente em Jesus que tem a incumbência de anunciar a Palavra de Deus. Sem dúvida alguma pensamos a partir daquilo que lemos.

Digo a plenos pulmões que não sou um livre pensador! Deixo isso bem claro aos meus ouvintes. Isto porque sou cativo a Palavra de Deus. Eu penso a partir dela. É isso que cada pregador precisa ter em mente e incutir muito bem no coração. Embora possua livros diversos, sempre a minha avaliação é pelo viés bíblico-teológico. Não tenho como agir de forma diferente. Isso não significa que não sei avaliar a questão pela filosofia, psicologia ou sociologia. Ratifico que submeto todas as apreciações pela lente da Bíblia.

Pode ser que algumas pessoas queiram saber quais livros possuo na minha biblioteca. Não tenho [ainda] 500 livros. Quem sabe daqui uma década, se Deus assim permitir, alcance essa cifra. Contudo, a pergunta apropriada não é quantos livros eu possuo, mas sim quais livros eu tenho! Os livros adquiridos, centenas deles nos sebos por preço módico e bem preservados, foram selecionados. Nunca comprei um livro sequer no calor da emoção. Sou apaixonado por livros. Enamoro-os. Sendo que sou bastante seletivo. Priorizo os livros de pesquisas, aqueles que serão consultados no decorrer da vida por muitas e muitas vezes. Jamais comprei livros devocionais, porém, os que eu recebi de presente os li com bom gosto.

Uma boa biblioteca como disse anteriormente é essencial para quem aprecia e estuda a Bíblia, por sua vez, faz exposição bíblica. No que tange as versões da Bíblia em solo pátrio se pudesse teria todas. A pluralidade de versões bíblica é muito bem quisto por mim. Existem alguns pregadores que não veem dessa maneira, porém, penso que se conhecesse melhor o processo de tradução e suas dificuldades hercúleas e, ainda tivessem noção do hebraico e grego provavelmente mudariam de opinião. É só um palpite.

Conheço pessoas que criticam tanto umas versões de Bíblia que falam como se fossem especialistas. Entretanto, quando aproximo dessas por curiosidade constato que geralmente tem um português sofrível, e não sabe bulhufas das línguas originais. Uns tem até noção, porém, denota parco conhecimento das línguas. Deveria ter mais humildade e gratidão pelas doutas comissões que se reúnem com a finalidade de tornar a Bíblia inteligível.

No tocante as famigeradas comparações de versão eu não acho apropriado pegar uma protestante e colocar ao lado doutra protestante. É valido para ampliar o sentido do trecho escriturístico, etc e tal. Todavia, em termo de verificação penso que deveria pegar uma versão protestante e colocar ao lado de uma católica. A questão não é determinar qual é a melhor, mas extrair o máximo delas para a sua própria compreensão. Agora, o ideal é ter a versão aferidora. Dito de outra maneira: ter versão na língua original, hebraico e grego.

Em uma biblioteca não pode faltar as Bíblias de Estudos. Lembro, no entanto, que as notas de rodapés não constituem parte dos originais. Existem uns pregadores que sacralizam as notas que foram feitas para auxiliar os leitores. Não devemos confundir alho com bugalho, por favor.

Acrescentaria nesse quesito comentários bíblicos, eu particularmente, prefiro os exegéticos. Os demais têm seu valor e importância. Dicionários bíblicos e teológicos são bem vindos. Os léxicos – dicionários das línguas originais não podem faltar. Não posso deixar de fora as concordâncias. Vale apenas manuseá-las. Enfim, os outros livros devem ser adquiridos com critérios estabelecidos por você mesmo. Incluso, livros de conhecimentos gerais. Qual é a sua prioridade?

Quero chamar a sua atenção de que o seu falar é formado com base naquilo que você pensa, por sua vez, no que tem lido. Suponhamos que você aprecie determinado pregador, verifique quais livros ele tem lido. Está aí o fundamento do pensamento que é expresso em palavras. Simples assim, não acha?

Como pregador deseja fazer um belo investimento? Empregue dinheiro na formação de uma biblioteca, ainda que básica, mas não deixe de aplicar. Está com pouco dinheiro? Lembre-se que existem diversos sebos pelo Brasil a fora. É muito mais em conta e, pasme encontra-se livros novíssimos, que foram sequer lidos ou apenas uma vez.

De qualquer forma monte uma biblioteca. Comece devagar, seja rigoroso, veja qual livro é sua prioridade. Quer compreender o Novo Testamento? Que tal adquirir uma Introdução ao Novo Testamento então! Mais uma dica. 

Que Deus abençoe ricamente. 

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