A Bíblia esclarece que a outorga do
dom espiritual ao crente é de competência do Espírito Santo. Também está claro que
o dom é dado para a edificação da igreja. Isto porque objetiva-se proveito
comum.
Tratando-se especificamente de
variedade de línguas, conseguinte interpretação de línguas, não é concedido a
todo crente. Destarte, jamais poderia ser o sinal do batismo no Espírito Santo.
Segundo o apóstolo Paulo todo crente
é imerso no Espírito no começo da vida cristã, ocasião em que é incorporado no
Corpo de Cristo. Daí inexiste orientação apostólica para buscar o batismo espiritual.
Diante disso, pode-se afirmar que o
dom é concedido para o serviço cristão; nunca para proveito pessoal. Além de
que todo crente está no mesmo patamar – posição igualitária, pois estão em
Cristo.
A alegação de que há um dom de oração
proveniente do Espírito posterior à salvação não se sustenta ao considerar o
ensino geral da Escritura. É fato que ao torna-se cristão a pessoa recebe o
Espírito Santo. Este por sua vez confere poder espiritual, e mediante sua
habitação no crente, auxilia em tudo, inclusive no tocante à oração.
No entanto, a assertiva de que o
crente pode se expressar com gemidos inexprimíveis não é procedente. O texto em
questão diz que o Espírito Santo intercede diante do Pai com gemidos inexprimíveis,
porém, não afirma que é o modus operandis do crente é o mesmo.
No livro de Atos mostra que nos três
casos em que houve línguas tratava-se de línguas inteligíveis. Eram línguas
reais. Ademais, não foram buscadas. Não foi adotado expediente humano para
obter o fenômeno genuíno.
Já em Corinto o apóstolo Paulo
admoesta os crentes de tal modo que ao deixarem as atitudes inadequadas os
problemas concernentes às línguas cessariam. Transparece no texto que não se
referia só ao uso inapropriado, mas pelo contexto sugere que a origem do fenômeno
era doutra natureza.
De qualquer forma o apóstolo requer
ordem e decência na reunião cúltica. Além disto, impõe a necessidade de
inteligibilidade no culto, principalmente, em relação às línguas.
Uma digressão se faz necessária: ao
descrever variedade de línguas Paulo versa sobre várias línguas étnicas,
excluindo assim línguas ininteligíveis.
Aos que advogam que línguas incompreensíveis
é sinal do batismo espiritual, e para beneficio próprio, vale lembrar que Paulo
afirma que as línguas não são sinais para os crentes, mas sim para os
descrentes.
Fiquemos, pois, com aquilo que a Bíblia preceitua. Que Deus nos abençoe, portanto.
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