“E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre. Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão. E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo. E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará”. (Versão Almeida Corrigida Fiel)
Optei em transcrever o texto na
íntegra, pois fragmentado poderia trazer dificuldade na compreensão. Além
disto, com o versículo isolado de seu contexto poderia, facilmente, incorrer em
erro de interpretação. Precisamos também tomar cuidado para não introduzir
ideias nossas no teor sacro.
Para entender uma obra é
necessário conhecer o autor. Então, sugiro ao distinto leitor que procure
informações autorais. Poderá valer-se de um dicionário bíblico, ainda que
conciso e/ou realizar pesquisa na Web. Caso leia esse Evangelho na
íntegra, no capítulo 12.9-13 terá noção de como foi à chamada de Mateus por
Jesus.
Aproveito para sugerir que faça a
leitura dos dois capítulos que antecedem o trecho em destaque. Isto é bom para
se situar. Note que fala rapidamente sobre o nascimento de Jesus, porém, nada da
infância dele. “Naqueles dias” são cerca de trinta anos depois da volta
do menino Jesus para Nazaré.
Aparece, então, João o Batista.
Sabemos que este era primo de Jesus, seis meses mais velho. Iniciou o
ministério antes dele. Observe que não se trata de nome composto (João Batista)
o ‘batista’ é um apelido! É João o batizador ou aquele que realiza batismo. Daí
ser chamado de João, o Batista.
Diz o primeiro versículo que
apareceu pregando no deserto. Quando se fala em deserto o que lhe vem à
mente? Provavelmente o deserto do Saara com toda a sua imensidão e aridez, não
é mesmo? A gente volta no tempo [da escola], e de certa forma tem a imagem do
referido deserto. Sendo que o deserto aqui se refere a uma região não necessariamente
desabitada, porém, pouco povoada.
É importante saber que Deus habitava no meio do povo, no
Templo, portanto. Este era a morada divina. Por conseguinte, guiava seu povo
mediante a sua Lei. Guarde isso em mente.
Fazia uns quatrocentos anos que
Deus não falava através dos profetas. São quatro séculos de silêncio do Eterno!
Quando Deus volta a falar, fala mediante João, o Batista. O precursor de Jesus
não está no Templo, mas no deserto. Isto é gritante!
João não tem vestes sacerdotais,
porém, vestimentas e alimentação diferenciada. Deus não usou os sacerdotes da
época tampouco estava mais no Templo. Deus estava no deserto com o profeta
João. Para nós esse fato pode passar despercebido, mas despertava atenção das
pessoas naquele período.
O fato é que Deus está falando
não no Templo, mas no deserto através da instrumentalidade de João. Isto é
digno de nota.
Noutra postagem vamos nos deter
na pregação do profeta João, ainda pautado em Mateus 3.-1-12. Se não leram
ainda os dois capítulos anteriores, leiam, por favor, ajudará no entendimento
da Palavra de Deus.
Deus os abençoe ricamente.
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